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Depressão ou Angústia?

  • Foto do escritor: Ana Starling
    Ana Starling
  • 1 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

A depressão e a angústia são experiências emocionais diferentes, mas que podem, em alguns momentos, parecer semelhantes.

Vamos refletir sobre essas duas emoções e suas origens, especialmente no contexto das normas e expectativas sociais que nos rodeiam. Mas como saber se estamos deprimidos ou angustiados?

 

É importante olhar para a maneira como a sociedade molda nossas emoções. A angústia pode ser intensificada pelas pressões culturais que impõem ideias de propósito e realização pessoal. A sociedade valoriza o sucesso, a produtividade e a felicidade constantes, e somos estimulados a buscar certezas, objetivos e um "sentido da vida".

 

A angústia pode surgir em resposta a situações específicas: um problema no trabalho, uma decisão difícil, ou até uma dúvida sobre o futuro. Essas tendem a ser mais passageiras e a se dissipar à medida que enfrentamos ou superamos o desafio que a gerou. Em outras palavras, essas angústias são muitas vezes respostas a algo imediato e específico, e a sensação pode diminuir com o tempo ou com a resolução da questão.

Porém, a angústia pode não se resumir a uma reação a um problema imediato ou a algo que possamos resolver facilmente. No caso da angústia existencial, por exemplo, ela é mais profunda e surge de questionamentos sobre o sentido da vida, da liberdade e da mortalidade. Ela não depende de uma situação pontual, mas de uma reflexão sobre o que significa existir em um mundo de incertezas.

 

A depressão, por outro lado, é mais profunda e persistente, e não está necessariamente ligada a um motivo claro. Ela pode durar semanas, meses ou até anos. Se você se sente constantemente triste, desmotivado e vazio, e esses sentimentos não melhoram, é possível que esteja lidando com depressão. Além disso, a depressão costuma vir acompanhada de outros sintomas, como falta de interesse em atividades que antes traziam prazer, alterações no sono e no apetite, sensação de cansaço constante e dificuldade de concentração.

 

Podemos pensar: será que a depressão e angústia, em parte, não são respostas às normas e exigências que a sociedade impõe? Vivemos em um mundo que nos cobra sucesso, produtividade e felicidade constantes, e isso pode levar a uma profunda insatisfação quando sentimos que não estamos à altura. Talvez a depressão também seja uma forma de nos desconectarmos dessas exigências, como um reflexo de que algo não está em harmonia com o que realmente somos ou desejamos.

 

Então, se você se pergunta se está deprimido ou angustiado, reflita: a angústia e especialmente a existencial, está ligada a questionamentos profundos sobre o sentido da vida e a liberdade de sermos nós mesmos em um mundo incerto. Já a depressão é uma tristeza mais ampla e duradoura, que parece permear todos os aspectos da vida. Ambas as emoções podem ser vistas como convites para refletir sobre as expectativas e pressões ao nosso redor. Talvez, ao questionar essas normas, possamos abrir espaço para emoções e formas de viver mais autênticas, livres de uma visão imposta do que é “ser feliz” ou “ser bem-sucedido”.


Se a comparação entre a angústia e a depressão não ressoa em você, podemos reformular essa ideia para enfatizar que ambas são experiências válidas que merecem atenção. Em vez de hierarquizá-las, podemos reconhecê-las como diferentes facetas da nossa condição emocional, cada uma com suas particularidades e significados, e todas influenciadas pelo nosso contexto social e cultural. Isso nos convida a uma reflexão mais profunda sobre como lidamos com nossas emoções e a importância de acolher tanto a angústia quanto a depressão em suas várias formas.




 
 
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